Aspectos emocionais do luto

A perda de um ente querido é o momento mais doloroso de nossas vidas, e para o qual nunca estaremos emocionalmente preparados.

As circunstâncias de uma morte podem diferir em muito, seja em razão de sua causa (doenças prevalentes ou raras em nosso meio, tragédias, acidentes, epidemias, etc…), em relação à faixa etária (idoso, adulto, adulto jovem, adolescente ou criança) ou mesmo ao tipo de sofrimento vivenciado por aquele que nos deixou ao enfrentar os seus últimos dias de vida.

Outro fator de forte impacto emocional é o legado material deixado pelo falecido, com relação a bens, dívidas, seguros, aplicações financeiras, pensões ou mesmo relacionados ao fim de uma fonte de renda fundamental para o sustento dos seus.

A soma destas circunstâncias, associadas ao nível de intensidade e proximidade afetiva dos familiares, assim como da maturidade, estabilidade emocional e personalidade dos mesmos, poderá provocar uma gama de reações distintas em cada indivíduo – variando de uma dor que irá caminhar lentamente para a aceitação, até um inconformismo pela perda de seu ente.

 Esses fatores irão certamente implicar na evolução do processo de luto, que na maioria dos casos é muito intenso nos primeiros 3 a 4 meses. No entanto, se não for bem elaborado, pode perdurar por muitos meses ou até mesmo por anos, o que é conhecido por “luto patológico”.

Portanto, o período de luto que se instala logo após a morte é bastante delicado, e deve ser levado em muita consideração quando forem abordadas questões relativas à herança, já que cada ser humano tem uma reação distinta. Algumas pessoas querem resolver tudo rapidamente, mesmo vivenciando um estado de intensa dor, enquanto outras simplesmente não conseguem se concentrar em questões materiais, mesmo as mais simples, por semanas ou meses.

Essas diferentes formas de reação à morte podem gerar muitos conflitos entre os familiares e herdeiros, independentemente dos aspectos legais que norteiam a sua divisão de bens – o que cabe à orientação de um profissional do Direito habilitado nessa área.

Assim, é necessário muita calma, diálogo e solidariedade nas primeiras semanas de luto, com ênfase ao apoio emocional, em especial para aqueles que estão mais fragilizados, poupando-os de questões delicadas ou discussões desnecessárias.

Nestes casos, é comum o surgimento de uma liderança entre os herdeiros. É muito importante que essa liderança tenha o apoio da maioria (se possível da unanimidade) das pessoas envolvidas, e que essa liderança seja de caráter agregador, visando a justa partilha, sem benefícios a um ou a outro sem a concordância dos demais.

Assim, respeitar o tempo e as necessidades emocionais de cada indivíduo na elaboração do luto, assim como o diálogo, a união de todos e uma liderança equilibrada e agregadora são quesitos indispensáveis para se evitar um processo de luto e partilha ainda mais doloroso do que aquele que já estará sendo vivenciado.

Essas medidas poderão evitar atritos ou inimizades entre os herdeiros ou mesmo – como ocorre em casos mais graves – uma desagregação completa de um grupo familiar, com repercussões até mesmo na saúde mental de alguns de seus membros.


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Sobre o Autor

Marcos Zaleski
Marcos Zaleski

Médico Psiquiatra. Doutor em Ciências Médicas pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Mestre em Farmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pós Graduado em Dependência Química pela UNIFESP. Diretor Técnico do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) de Santa Catarina.

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